sábado, 18 de julho de 2015

Delator da Lava Jato resistiu a entregar colegas


O lobista Julio Camargo, que acusa o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-ministro José Dirceu de receber dinheiro sujo desviado da Petrobras, só decidiu incriminá-los depois que os procuradores da Operação Lava Jato o convenceram de que teria problemas na Justiça se não contasse tudo que sabe.
Camargo, que trabalhou para fornecedores da Petrobras e diz ter pago R$ 137 milhões em propina para o PMDB, o PT e funcionários da estatal, colabora com as investigações da Lava Jato desde outubro do ano passado, quando assinou um acordo de delação premiada e confessou vários dos seus crimes.
Mas ele resistiu por meses a incriminar os políticos com quem se relacionou, como Cunha e Dirceu. Sua guinada começou a ser produzida na última semana de junho, quando foi chamado pelos procuradores da Lava Jato para uma reunião em Curitiba.
Os investigadores mostraram a Camargo que tinham evidências de que ele vinha escondendo informações comprometedoras sobre políticos, e lembraram ao lobista que isso poderia levar ao rompimento do acordo de delação, que garante redução de pena e outros benefícios.

Outro lobista, Milton Pascowitch, que aproximou a empreiteira Engevix do PT e da Petrobras e decidiu colaborar com as autoridades neste ano, disse que pagou R$ 4 milhões em propina a Dirceu, e afirmou que parte do dinheiro passou antes por empresas de Julio Camargo.

Da Folha de  S.Paulo – Graciliano Rocha e Bela Megale - Blog de Tony Xavier

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