Os cortes no orçamento do Governo Federal para educação têm afetado o
ensino da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf).
Somente em Petrolina,
no Sertão pernambucano, a coordenação dos cursos de Educação à
Distância (EAD) teve que demitir cerca de 50% do pessoal, isso porque da
verba prevista para o ano de 2015, de R$ 1.4 milhão, apenas R$ 156 mil
foi repassado pelo Ministério da Educação (MEC).
De acordo com o coordenador da EAD, Ricardo Duarte, o recurso para a
manutenção do programa para todo o ano deveria ter chegado ainda em
janeiro. Nesta segunda-feira (24) os funcionários realizaram uma reunião
para explicar os problemas enfrentados para garantir a modalidade na
instituição. “Temos uma equipe de cerca de 30 pessoas e teremos que
cortar pelo menos metade, porque não temos garantia que no próximo mês
de setembro teremos recursos para pagar o salário dos funcionários”,
explicou o coordenador da EAD.
Além da redução do número de servidores terceirizados, outras atividades
também foram prejudicadas. “Nós estamos presentes em 38 municípios e
viajamos muito para encontros presenciais e aplicação de provas. Como
viajar sem combustível e motorista? A equipe tem que dormir, almoçar e
jantar e como vai pagar diária para motorista e professor sem ter
recursos financeiro? Este ano eu só consegui fazer uma viagem. Fui à
Sobradinho-BA porque a prefeitura mandou um carro vir me buscar e me
trazer de volta. A situação é caótica”, lamentou o professor Ricardo
Duarte.
Atualmente a EAD na Univasf tem quatro cursos de graduação com dois
deles em andamento, seis cursos de formação pedagógica, sete cursos de
pós-graduação e dois de extensão. Existem 1.450 alunos matriculados e
1.950 vagas foram aprovadas para este ano, mas o processo seletivo, que
era para ter acontecido dia 10 de agosto, não foi realizado, pois não
havia condições de manter o funcionamento duos cursos.
O movimento desta segunda-feira acontece em todo o país e foi
denominada de Dia D, que tem o objetivo de informar sobre a situação,
chamar a atenção do Governo Federal. “Hoje o ambiente virtual está fora
do ar. Todas as atividades estão em funcionamento, mas de maneira
precária”, disse Ricardo Duarte.
A coordenadora da Universidade Aberta do Brasil, Adriana Moreno Costa
Silva, afirmou que o orçamento teve corte de 60% e as bolsas de 30%.
100% da equipe multidisciplinar teve que ser reduzida. “Fica impossível
continuar trabalhando. Não é justo que dia 24 de agosto o governo venha
com o corte da bolsa de quem trabalhou praticamente o mês inteiro. Não
tem como continuar os cursos”, destacou Adriana Silva.
Tácia Samara Neves Alves foi uma das atingidas com a redução da verbas.
Ela cumpriu aviso prévio que encerrou na última sexta-feira (21). “Isso
é muito triste porque a gente nunca espera. Acredito que isso reverta,
mas não por agora”, disse.
Amanda Franco
G1 Petrolina
Fotos: Amanda Franco
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