sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Entrevista: fortalecido, Levy agora no comando

Ministro unifica discurso do governo; haverá corte de gastos e aumento de tributos

A entrevista de Joaquim Levy hoje teve um objetivo político: devolver ao ministro da Fazenda as rédeas da economia e mostrar ao público que ele sairá fortalecido no debate interno do governo após a perda do grau de investimento do Brasil na avaliação da Standard & Poor’s.
A presidente Dilma Rousseff quer diminuir ruídos na economia e reforçar a posição de Levy. Nos últimos dias, diversos ministros falaram de temas delicados que cabem a Levy. A entrevista devolve ao ministro o papel de porta-voz da discussão de medidas econômicas e unifica o discurso do governo, deixando claro que haverá corte de despesas e aumento de impostos.
Ainda bem que Levy teve o cuidado de não soltar mais balões de ensaio. Deu uma notícia concreta, que foi o envio ao Congresso do projeto para repatriar dólares ilegais de brasileiros que estão no exterior. Mencionou as propostas de reformas do PIS-Cofins e do ICMS.
O ministro disse que já conversou com empresários, que aceitariam pagar “um pouquinho mais de imposto” para o Brasil voltar a ter solidez fiscal. Bateu na tecla de que a meta de superávit em 2016 será de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto), o que evidencia o erro do envio ao Congresso de um orçamento deficitário para o ano que vem. Não faria sentido anunciar mais balões de ensaio numa entrevista coletiva. Agora, o governo precisa decidir onde cortar, quais tributos vai elevar ou criar e então vir a público. É preciso transformar as palavras em atos concretos
Por Kennedy Alencar

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