Ministro unifica discurso do governo; haverá corte de gastos e aumento de tributos
A
entrevista de Joaquim Levy hoje teve um objetivo político: devolver ao
ministro da Fazenda as rédeas da economia e mostrar ao público que ele
sairá fortalecido no debate interno do governo após a perda do grau de
investimento do Brasil na avaliação da Standard & Poor’s.
A presidente Dilma Rousseff quer diminuir ruídos na economia e reforçar a posição de Levy.
Nos últimos dias, diversos ministros falaram de temas delicados que
cabem a Levy. A entrevista devolve ao ministro o papel de porta-voz da
discussão de medidas econômicas e unifica o discurso do governo,
deixando claro que haverá corte de despesas e aumento de impostos.
Ainda
bem que Levy teve o cuidado de não soltar mais balões de ensaio. Deu
uma notícia concreta, que foi o envio ao Congresso do projeto para
repatriar dólares ilegais de brasileiros que estão no exterior.
Mencionou as propostas de reformas do PIS-Cofins e do ICMS.
O
ministro disse que já conversou com empresários, que aceitariam pagar
“um pouquinho mais de imposto” para o Brasil voltar a ter solidez
fiscal. Bateu na tecla de que a meta de superávit em 2016 será de 0,7%
do PIB (Produto Interno Bruto), o que evidencia o erro do envio ao
Congresso de um orçamento deficitário para o ano que vem. Não
faria sentido anunciar mais balões de ensaio numa entrevista coletiva.
Agora, o governo precisa decidir onde cortar, quais tributos vai elevar
ou criar e então vir a público. É preciso transformar as palavras em
atos concretos
Por Kennedy Alencar
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