O
governo tem feito uma avaliação equivocada sobre a possibilidade de
barrar um eventual impeachment com suporte do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB), ou do STF (Supremo Tribunal Federal).
É
um erro porque a principal batalha para evitar o impeachment se dá na
Câmara dos Deputados. O Senado só entra na jogada depois que a Câmara
decide abrir o processo.
Aberto
um processo na Câmara, o fato político estará criado, porque a
presidente Dilma teria de se afastar até o Senado julgar. Esse
julgamento no Senado é comandado pelo presidente do STF, Ricardo
Lewandowski.
É
ingenuidade achar que poderá reverter um impeachment no Senado ou no
STF depois de a situação ter chegado a esse ponto. Aberto o processo e
afastada do cargo, dificilmente Dilma retornaria. Seria criado um fato
consumado.
O STF pode ser útil, sim, em caso de uma cassação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Para
evitar um eventual impeachment, a atitude mais importante para a
presidente Dilma é usar a reforma ministerial e seu poder de persuasão
para melhorar a sua situação na Câmara. O governo precisa impedir que a
oposição obtenha dois terços de votos para abrir o processo. Ou seja,
que não consiga o suporte de 342 dos 513 deputados.
Hoje,
não há razão jurídica para impedimento da presidente. Os opositores
avaliam que uma eventual recomendação do TCU (Tribunal de Contas da
União) às contas de 2014 poderia dar o pretexto nesse sentido, usando o
argumento de que pedadalas foram feitas no ano passado para que a
presidente obtivesse o segundo mandato. Ou seja, haveria uma conexão
entre ações do primeiro e do segundo mandato.
Essa
justificativa seria polêmica juridicamente. Mas poderia se transformar
numa forte ameaça à permanência da presidente no poder, sobretudo se ela
perder o apoio do PMDB no congresso que o partido realizará em
novembro.
Blog do Kennedy
Nenhum comentário:
Postar um comentário