domingo, 6 de dezembro de 2015

Café frio



A ordem para os ativistas petistas da área de comunicação é dizer que o pedido de impeachment perdeu força, pela participação de Eduardo Cunha. Mas a impressão que vem do Governo é outra: o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, normalmente habilidoso, tranquilo e discreto, está tão nervoso que entrou num agressivo bate-boca com o deputado Eduardo Cunha. Contra seus hábitos, revelou em seguida aos jornalistas trechos de conversas particulares com o vice-presidente Michel Temer. E, pior, foi desmentido por Temer. 

É grave: Temer pensa duas vezes antes de dizer "bom-dia", pensando nas implicações que a expressão possa ter. Para ele, desmentir alguém é quase inimaginável. Mas Wagner lhe atribuiu uma frase absurda sobre a "falta de lastro" para o pedido de impeachment - Temer, educadíssimo, jamais diria isso do trabalho de colegas como Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. Temer teve também de desmentir Edinho Silva, que lhe atribuiu a disposição de oferecer assessoria jurídica a Dilma. 

Como disse, essa não é a função do vice-presidente da República.

Carlos Brickmann

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