sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Mudar o regime para acabar com a corrupção



Amplia-se a corrupção. A cada dia surgem novas denúncias contra políticos, partidos, altos funcionários públicos e empresários. Alguns encontram-se na cadeia, outros em prisão domiciliar, estes aguardando sentenças, aqueles  à beira de um ataque de nervos. Mas a maioria vai muito bem, obrigado. Seu exemplo é perfeito. O festival de corrupção explicita generalizado a partir do governo Lula e exposto ao máximo durante o governo Dilma vai conseguindo efeito singular junto à opinião pública: reduzir a  capacidade de indignação do cidadão comum, aumentando-lhe a cobiça. A lista de criminosos denunciados em cascata já não irrita nem assusta a população. Pelo contrário, acende sua inveja, pela evidencia de estarem envolvidos com sucesso os mais favorecidos pela roubalheira, primeiro parlamentares e detentores de cargos de  nível na administração e na economia do país, mas logo também aqueles que, por se encontrarem de fora, almejam ir para dentro. Fora algumas exceções, comportam-se todos como se nada pareça incomodá-los. Imaginam-se blindados e protegidos pelo regime vigente, pelas leis e regulamentos de espécies variadas. Quando recebem a  acusação de ter recebido propinas, promovido desvio de dinheiros públicos e multiplicado de forma irregular suas contas bancárias, aqui ou no exterior, a tentação e a reação surge sempre maior entre aqueles que apenas observam, já sem protestar: melhor aproveitar, quando der.


A nação está corrompida entre os que roubam e os que não reagem. Estes, certos de que não adiantará nada ser honesto, parecendo preferível seguir o exemplo daqueles, acreditando na possibilidade de lucrar com os usos e costumes adotados pelos outros.
À medida em que o tempo passa, mais se aprofunda essa dupla prática. Claro que aqui e ali a Justiça consegue resultados. Bandidos tem ido parar na cadeia, mas jamais a ponto de alterar a mentalidade que nos assola.
Sendo assim, a única saída possível estará na mudança do regime. Nada de adotar o presidencialismo-parlamentarista ou a monarquia, iniciativas que de nada adiantariam. Muito menos transformar o Brasil numa imensa prisão.
Mudar o regime significa reduzir a diferença entre ricos e pobres. Ampliar direitos de uns e deveres de outros, misturando-os num conjunto capaz de, em algum tempo, significar igualdade. Em certos casos, pela força, mas na grande maioria, pelo convencimento. Pela demonstração da impossibilidade de ser diferente. Continuar como vamos exprime a desagregação, cuja primeira etapa está sendo a corrupção, admirada por cada vez mais gente...
Carlos Chagas

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