quarta-feira, 27 de abril de 2016

Literatura de Cordel: Sertanejo Feliz

O Sertanejo Feliz

Sentei na minha calçada
Peguei caneta e papel
Com a mente relaxada
Fiquei á olhar o Céu
Foi que me deu na venêta,
De usar essa caneta,
Pra escrever um cordel.

Então pensei no passado
Daqueles tempos vividos
Hoje vivo preocupado
Nosso presente é sofrido.
Hoje eu sinto saudades,
Dos tempos de liberdades,
E tudo isso é doìdo.

Da minha casa na roça
Daquele pé de algodão
Eu andava de carroça
A estrada era de chão.
Estudei numa cartilha,
 O meu rádio era de pilha,
Não tinha televisão.

A casa era pequena
A cobertura de palha
Eu e a minha morena
Minha mobília era "tralha"
Nunca me senti um lorde,
Pra fazer o meu bigode,
Usava uma navalha.

A panela era de barro
Se cozinhava com lênha
Para usar o meu carro
Não precisava de senha.
Pois lá no nosso sertão,
O meu carro era de mão,
Hoje isso é resênha.

Eu acordava cedinho
O sol nem tinha nascido
Tomava um cafezinho
Com um pão velho ardido.
Mas juro, era feliz,
Foi tudo que sempre quis,
Hoje me sinto perdido.

Mesmo assim era feliz
Nos tempos que lá viví
Tudo o quanto lá eu fíz
Confesso, não esquecí.
Hoje choro de saudade,
Dos amigos de verdade,
E o lugar onde nascí.

Tony Xavier - O Poeta do povo
Petrolândia em Foco.

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