terça-feira, 9 de maio de 2017

Belezas da Caatinga de Petrolândia: Ipê Roxo


Ipê roxo na caatinga de Petrolândia, em fotos de 2014 (Fotos: Tony Xavier)


Uma das mais belas árvores da caatinga é o ipê. Amarelo, roxo, rosa ou branco, essa árvore tem a característica de perder as folhas quando a vegetação desse bioma se finge de morta. Nos meses mais quentes do ano, aparecem as folhadas dos ipês.

Essa árvore "amostrada" aproveita o cinza dos garranchos em que se transforma a caatinga, para exibir suas chamativas flores sobre um fundo neutro. As flores são o néctar das abelhas e passarinhos no tempo da seca braba. Até se considera que o Sertão tem primavera e ela chega com as floradas dos ipês. 

Desde 1978, a flor do ipê é flor nacional do Brasil. Petrolândia, linda cidade do Sertão de Pernambuco, abençoada que é com as águas do São Francisco e a energia da Usina, recebeu um Cinturão Verde de irrigação na caatinga e ainda é coroada de rosa, branco, amarelo e roxo, com as floradas dos ipês. 

Petrolândia em Foco

Saiba mais sobre o ipê abaixo:
Ipê
Semira Adler Vainsencher
Pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco

O ipê é uma árvore do gênero Tabebuia (antes Tecoma), pertencente à família das bignoniáceas, podendo ser encontrada em seu estado nativo por todo o Brasil. Há muitos séculos, o ipê - também chamado de pau-d’arco, no Norte e Nordeste - vem sendo apreciado tanto pela excelente qualidade de sua madeira, quanto por seus efeitos ornamentais, decorativos, e até medicinais.

A árvore do ipê é alta, bem copada e, no período da floração, apresenta uma peculiaridade: fica totalmente desprovida de folhas. Estas dão lugar às flores - amarelas-ouro, brancas ou roxas – que estampam belas manchas coloridas nas paisagens do País. No inverno, porém, a árvore se apresenta totalmente despida de folhas e flores.

A madeira do ipê é muito valorizada. Por sua resistência, dureza e flexibilidade sempre foi considerada uma madeira-de-lei. O ipê também é plantado em parques e jardins, servindo para a arborização urbana.

As diversas variedades de ipê recebem os respectivos nomes de acordo com as cores de suas flores ou madeira. Vale ressaltar que, de uma maneira geral, as bigoniáceas são distribuídas por 120 gêneros, com cerca de 800 espécies.  As que mais se destacam, porém, são as seguintes:

1.ipê-amarelo ou ipê comum (Tecoma longiflora) – pode atingir 25 metros de altura, sendo bastante encontrado em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Goiás;

2.ipê-branco ou ipê-mandioca (Tecoma alba) – é encontrado nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná;

3.ipê-tabaco (Tecoma insignis) – a árvore é mais baixa que as demais, porém apresenta uma ramagem abundante;

4.ipê-contra-a-sarna (Tecoma impetiginosa);

5.ipê-roxo ou ipê-rosa (Tecoma heptaphylla) – é encontrado desde o Piauí até Minas Gerais, São Paulo e Goiás;

6.ipê-do-brejo (Tecoma umbellata) – é mais comum nos alagados e mangues dos rios de Minas Gerais e São Paulo.

A casca, a entrecasca e a folha do ipê possuem propriedades medicinais, sendo utilizadas no tratamento de amidalites, estomatites, infecções renais, dermatites, varizes e certas doenças dos olhos. Elas são consideradas também como antidiarréicas, antiinflamatórias, antiinfecciosas, antitumorais, febrífugas e cicatrizantes.

No entanto, nem todos sabem que, dentre o grande universo de plantas nativas do país, o ipê sempre foi considerado a árvore nacional brasileira. No dia 7 de dezembro de 1978, porém, a lei nº 6507 veio declarar que o pau-brasil (Caesalpinia echinata) seria a Árvore Nacional e, a flor do ipê, a flor do símbolo nacional. Ela estabeleceu também, além disso, que o dia 3 de maio seria, dali por diante, o Dia do Pau-Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário