quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Na TV: após 12 anos, Cidade dos Homens volta a abordar problemas sociais do país

Douglas Silva e Darlan Cunha voltam a interpretar os inesquecíveis Acerola e Laranjinha. Foto: Gshow/Reprodução

Rio de Janeiro – Dois meninos negros, moradores de uma comunidade carioca, cujas vidas são facilmente reconhecidas na periferia brasileira. Ainda crianças, Laranjinha (Darlan Cunha) e Acerola (Douglas Silva) cativaram o público na televisão, que cede pouco espaço para histórias protagonizadas por negros de classe baixa. Contrariando o "padrão”, Cidade dos homens fez sucesso no cinema e na TV aberta e cravou um espaço na memória afetiva dos telespectadores. Em janeiro de 2017, após 12 anos, a minissérie foi resgatada para uma nova temporada, cuja sequência estreia nesta terça-feira na Globo, depois de Entre irmãs. O seriado segue como um reflexo de problemas do país ao narrar os conflitos deles

A produção tem quatro capítulos e revisita temporadas passadas em flashbacks. A nova fase aborda questões como desemprego, maternidade, racismo, violência, tráfico. “É muito legal ter esse elenco maravilhoso e a possibilidade de eles voltarem a representar os personagens que fazem há muito tempo. É uma situação que a gente não tinha encontrado na TV aberta. Você tem uma memória dos personagens e dos atores”, ressalta o supervisor de roteiro, o pernambucano George Moura (Amores roubados).

Com direção de Pedro Morelli e roteiro de Marton Olympo, os episódios reúnem registros reais da violência no Rio de Janeiro, com cenas de tiroteio e notícias de telejornais. Entre as novidades está o retorno dos personagens João Victor (Thiago Martins), como professor, e Poderosa (Roberta Rodrigues), que lutará na Justiça para ver o filho.

A nova temporada tem duas histórias principais: uma emotiva e outra de ação. “Na série, a gente tem uma coisa sensitiva. A mãe do filho de Laranjinha ressurge depois de dez anos. Tem cenas lindas. A outra é de ação. Acerola se envolve com um traficante sem querer. Esse equilíbrio deixou a minissérie muito dinâmica”, explica Morelli. 

“Acerola virou um pai de família. Automaticamente, veio a responsabilidade de ser um provedor da casa. Ao mesmo tempo, não quer dizer que ele não tenha aqueles momentos de criança”, compara Douglas. Laranjinha também teve filho. “É bom porque pegou uma fase minha mais madura, e eu tive que pegar outras referências. O foco dele é o filho”, complementa Darlan.

 A repórter viajou a convite da Globo
Por Fernanda Guerra/Diário de Pernambuco

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