Reuters / Rodolfo Buhrer
O clima no acampamento "Lula livre", instalado nos arredores da sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, é tranquilo na manhã desta terça-feira (10). De hora em hora, manifestantes cantam e gritam palavras de ordem pedindo a libertação do ex-presidente.
Segundo os organizadores, ao menos 1.500 pessoas passam pelo local diariamente, sendo que 300 ficam fixas no acampamento.
Em comparação com o primeiro dia de protestos, o acampamento está mais organizado.
Há banheiros e chuveiros instalados, barracas montadas para cada coordenação, e até pontos de venda e doação de suprimentos. A empresária Marinalva Santana Barbosa de Aguiar possui uma brechó próximo à PF e decidiu montar uma barraca de vendas dentro do acampamento.
"Essa é uma oportunidade para vender, na que há muitas pessoas". Sobre a prisão de Lula, ela não opina. "Não parei ainda pra pensar, não sei se é bom ou ruim".
O professor Rodrigo Fernandes é um dos manifestantes que integram o acampamento. Ele veio do Rio Grande do Sul, com um grupo de cerca de 30 pessoas. "O acampamento é uma grande manifestação de esperança sobre a ordem instrucional que foi rompida desde o impeachment da presidente Dilma", diz.
Conforme ele, o sindicato do qual faz parte os apoia com suprimentos, e as tarefas são divididas entre os integrantes. "A ideia é não arredar o pé até que haja uma definição [sobre a prisão do ex-presidente]".
Ainda pela manhã, ocorreu um episódio entre moradores do local e manifestantes: um ônibus acabou enroscando em um poste de luz, deixando a rua sem energia elétrica. Numa breve discussão com manifestantes, uma empresária que faz parte do acampamento se ofereceu para pagar o conserto, com R$ 1.000.