O
governo tem feito uma avaliação equivocada sobre a possibilidade de
barrar um eventual impeachment com suporte do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB), ou do STF (Supremo Tribunal Federal).
É
um erro porque a principal batalha para evitar o impeachment se dá na
Câmara dos Deputados. O Senado só entra na jogada depois que a Câmara
decide abrir o processo.
Aberto
um processo na Câmara, o fato político estará criado, porque a
presidente Dilma teria de se afastar até o Senado julgar. Esse
julgamento no Senado é comandado pelo presidente do STF, Ricardo
Lewandowski.
É
ingenuidade achar que poderá reverter um impeachment no Senado ou no
STF depois de a situação ter chegado a esse ponto. Aberto o processo e
afastada do cargo, dificilmente Dilma retornaria. Seria criado um fato
consumado.
O STF pode ser útil, sim, em caso de uma cassação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Para
evitar um eventual impeachment, a atitude mais importante para a
presidente Dilma é usar a reforma ministerial e seu poder de persuasão
para melhorar a sua situação na Câmara. O governo precisa impedir que a
oposição obtenha dois terços de votos para abrir o processo. Ou seja,
que não consiga o suporte de 342 dos 513 deputados.